Gemido de mixoetnias mal amadas e amalgamadas. Burburinho da rua dos reis errantes. Crônicas em fragmentos, manifestos de passagem, churrasquinho na calçada, altar do grande templo, personagens em transe, forasteiros em trânsito, zigue-zagues pelo grande gueto planetário onde quilombos encontram ecos de resistência. Xei de Exu inda por cima. Não só música excluída, mas a transfiguração dos excluídos. Música popular borralheira dos brejos de algum lugar, porque para os inquietos e os desajustados o carnaval continua...

17 de mar. de 2011

Dandara e o Estandarte

Infinitas possibilidades. Espaço na cuca e um iPhone nas mãos. Jean Kuperman e Rodrigo Negrão dandarandando pelos arredores do centro de um Rio em grandes mudanças, cantando as sempre inspiradoras musas de todos.



Dandara e o Estandarte
Uma menina da Palestina
Nas ladeiras de Olinda
Tirou o véu que escondia o céu
E era muito linda, muito linda
Uma angolana lá de Luanda
Na orla de Copacabana
Se encantou pelo esplendor
Dançando uma ciranda, uma ciranda
O carnaval é o litoral
Onde o amor chegou
E o estandarte desembarcou

Aquela tcheca, muito sapeca
Depois que a esquerda abriu as pernas
Deu de pular pras bandas de cá
Feito perereca, vem perereca
Também a turca tava lá de burca
E quis conhecer o pão de açúcar
Doce afegã contra o talibã
Vai passear na Urca, morro da Urca
O carnaval é o litoral
Onde o amor chegou
E o estandarte desembarcou

Já pra a chechena valeu a pena
A opressão era tremenda
Agora sei porque a CIA
Não aguentou a pemba, deixou a cena
E a judia no outro dia
Se apaixonou pela Bahia
A Israel do leite, do mel
Que lhe pertencia e derretia
O carnaval é o litoral
Onde o amor chegou
E o estandarte desembarcou